Futebol
29/10/2011 - 06h01
Governo do DF decide abrir mão de dinheiro do BNDES na construção de arena para Copa
Vinícius Segalla
Em São Paulo
Em São Paulo
De acordo com as autoridades do Distrito Federal que comandam a preparação para a Copa em Brasília, todos os R$ 671 milhões que serão utilizados na obra do Estádio nacional de Brasília sairão dos cofres da Terracap, estatal dona dos terrenos pertencentes ao governo do Distrito Federal. Até agora, já foram gastos na obra R$ 255 milhões, segundo o governo distrital.
DINHEIRO DO BNDES NAS ARENAS DA COPA
Demandante | Financiamento (em R$ milhões) | Situação |
Estado do Amazonas | 400 | Contratado |
Estado da Bahia | 323,7 | Contratado |
Estado do Ceará | 351,5 | Contratado |
Estado do Mato Grosso | 392,3 | Contratado |
SPE Minas Arena | 400 | Contratado |
Estado do Paraná | 123 | Carta-consulta |
Estado de Pernambuco | 400 | Contratado |
Estado do Rio de Janeiro | 400 | Contratado |
SPE Arena das Dunas (RN) | 398,7 | Aprovado |
TOTAL | 3.189,2 |
- Fonte: BNDES
A nota afirma ainda que a Terracap trabalha fazendo licitações regulares de acordo com a necessidade do mercado imobiliário para não permitir a ausência de oferta de terrenos no DF, evitando que o mercado inflacione. "Os recursos captados com essas licitações, naturalmente, serão utilizados também para investimento na obra do estádio".
Apesar das afirmações oficiais, a venda de um terreno para a ampliação do Setor Hoteleiro Norte, a Quadra 901 Norte, foi impedida pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que deu parecer contrário à construção da quadra 901 norte, que seria uma expansão do Setor Hoteleiro Norte (SHN). A venda dos lotes renderia à Terracap cerca de R$ 500 milhões, que seriam utilizados na construção do estádio.
O UOL Esporte perguntou por três dias ao governo do Distrito Federal quais terrenos seriam ou foram vendidos para atingir o caixa de R$ 671 milhões para a construção da arena, mas não obteve nenhuma resposta.
Das 12 cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014, oito já contrataram o financiamento do BNDES. São Paulo, Porto Alegre e Curitiba ainda não fecharam contrato. São exatamente os três estádios privados, pertencentes a Corinthians, Internacional e Atlético-PR, respectivamente. isso porque as condições do empréstimo do BNDES são menos vantajosas para particulares. Ainda assim, o Atlético-PR optou por contratar os recursos, e o processo encontra-se em fase inicial.
As condições da linha Pró-Copa Arenas são bem melhores que as de mercado. Para entes públicos, a soma de juros, correção e taxas cobradas pelo BNDES ficam em torno de 7% ao ano. Não há nada igual no mercado.
Em contrapartida, porém, o banco exerce, por força de contrato, um papel de fiscalização e controle da obra. Quem assina o contrato com o BNDES tem os recursos liberados aos poucos. É preciso, por exemplo, a cada três meses, apresentar um relatório de progresso físico-financeiro da obra.
Além disso, semestralmente, o contratante deve apresentar um relatório de acompanhamento da execução físico-financeira feito por uma auditoria independente. Depois, ao término da obra, o tomador do empréstimo tem três meses para apresentar um relatório final, também feito por uma auditoria.
Nada disso terá que fazer o Distrito Federal.
Fonte: http://m.esporte.uol.com.br/futebol/copa-2014/ultimas-noticias/2011/10/29/governo-do-df-decide-abrir-mao-de-dinheiro-do-bndes-na-construcao-de-arena-para-copa.htm
http://m.esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/index.htm
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